terça-feira, 19 de julho de 2011

O NATAL VEIO DO PAGANISMO.


PROVAS NA HISTÓRIA E NA BÍBLIA.

Enciclopédia Católica (edição de 1911): "A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito... os costumes pagãos relacionados com o princípio do ano se concentravam na festa do Natal".

Orígenes, um dos chamados pais da Igreja (ver mesma enciclopédia acima): "... não vemos nas Escrituras ninguém que haja celebrado uma festa ou celebrado um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram neste mundo".
Autoridades históricas demonstram que, durante os primeiros 3 séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa só começou a ser introduzida após o início da formação daquele sistema que hoje é conhecido como Igreja Romana (isto é, no século 4o). Somente no século 5o foi oficialmente ordenado que o Natal fosse observado para sempre, como festa cristã, no mesmo dia da secular festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo.

Se fosse da vontade de Deus que guardássemos e celebrássemos o aniversário do NASCIMENTO de Jesus Cristo, Ele não haveria ocultado sua data exata, nem nos deixaria sem nenhuma menção a esta comemoração, em toda a Bíblia. Ao invés de envolvermo-nos numa festa de origem não encontrada na Bíblia mas somente no paganismo, somos ordenados a adorar Deus, a relembrar biblicamente a MORTE do nosso Salvador, e a biblicamente pregar esta MORTE e seu significado, a vitoriosa RESSURREIÇÃO do nosso Salvador, Sua próxima VINDA gloriosa, sua mensagem de SALVAÇÃO para os que crêem verdadeiramente e PERDIÇÃO para os não crentes verdadeiros.

1. JESUS NÃO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO

Quando Ele nasceu "... havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.(Lucas 2:8). Isto jamais pôde acontecer na Judéia durante o mês de dezembro: os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e [ainda mais à noite] os abrigavam para protegê-los do inverno que se aproximava, tempo frio e de muitas chuvas (Adam Clark Commentary, vol. 5, página 370). A Bíblia mesmo prova, em Cant 2:1 e Esd 10:9,13, que o inverno era época de chuvas, o que tornava impossível a permanência dos pastores com seus rebanhos durante as frígidas noite, no campo. É também pouco provável que um recenseamento fosse convocado para a época de chuvas e frio (Lucas 2:1).

2. COMO ESTA FESTA SE INTRODUZIU NAS IGREJAS?

 The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog) explica claramente em seu artigo sobre o Natal:
"Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve origem na pagã Brumália (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17 a 24 de dezembro) e comemorava o nascimento do deus sol, no dia mais curto do ano.

As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidos pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam a seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã.

Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do século 4o os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, e eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador Constantino (no século 4o) que se declarou cristão, elevando o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares.

Tenhamos em conta que esta gente havia sido educada nos costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de dezembro. Era uma festa de alegria [carnal] muito especial. Agradava ao povo! Não queriam suprimi-la."

O artigo já citado da "The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge" revela como Constantino e a influência do maniqueísmo (que identificava o Filho de Deus com o sol) levaram aqueles pagãos do século 4o (que tinham [pseudamente] se "convertido em massa" ao [pseudo] "cristianismo") a adaptarem a sua festa do dia 25 de dezembro (dia do nascimento do deus sol), dando-lhe o título de dia do natal do Filho de Deus.

Assim foi como o Natal se introduziu em nosso mundo ocidental! Ainda que tenha outro nome, continua sendo, em espírito, a festa pagã de culto ao sol. Apenas mudou o nome. Podemos chamar de leão a uma lebre, mas por isto ela não deixará de ser lebre.

A Enciclopédia Britânica diz:

"A partir do ano 354 alguns latinos puderam mudar de 6 de janeiro para 25 de dezembro a festa que até então era chamada de Mitraica, o aniversário do invencível sol... os sírios e os armênios idólatras e adoradores do sol, apegando-se à data de 6 de janeiro, acusavam os romanos, sustentando que a festa de 25 de dezembro havia sido inventada pelos discípulos de Cerinto."

3. A VERDADEIRA ORIGEM DO NATAL

O Natal é uma das principais tradições do sistema corrupto chamado Babilônia, fundado por Nimrode, neto de Cam, filho de Noé. O nome Nimrode se deriva da palavra "marad", que significa "rebelar". Nimrode foi poderoso caçador CONTRA Deus (Gn 10:9). Para combater a ordem de espalhar-se:
- criou a instituição de ajuntamentos (cidades);
- construiu a torre de Babel (a Babilônia original) como um quádruplo desafio a Deus (ajuntamento, tocar aos céus, fama eterna, adoração aos astros);
- fundou Nínive e muitas outras cidades;
- organizou o primeiro reino deste mundo.
A Babilônia é um sistema organizado de impérios e governos humanos, de explorações econômicas, e de todos os matizes de idolatria e ocultismo.

Nimrode era tão pervertido que, segundo escritos, casou-se com sua própria mãe, cujo nome era Semiramis. Depois de prematuramente morto, sua mãe-esposa propagou a perversa doutrina da reencarnação de Nimrode em seu filho Tamuz. Ela declarou que, em cada aniversário de seu natal (nascimento), Nimrode desejaria presentes em uma árvore. A data de seu nascimento era 25 de dezembro. Aqui está a verdadeira origem da árvore de Natal.

Semiramis se converteu na "rainha do céu" e Nimrode, sob diversos nomes, se tornou o "divino filho do céu". Depois de várias gerações desta adoração idólatra, Nimrode também se tornou um falso messias, filho de Baal, o deus-sol. Neste falso sistema babilônico, a mãe e o filho (Semiramis e Nimrode encarnado em seu filho Tamuz) se converteram nos principais objetos de adoração. Esta veneração de "a Madona e Seu Filho" (o par "mãe influente + filho poderoso e obediente à mãe") se estendeu por todo o mundo, com variação de nomes segundo os países e línguas. Por surpreendentemente que pareça, encontramos o equivalente da "Madona", da Mariolatria, muito antes do nascimento de Jesus Cristo!

Nos séculos 4o e 5o os pagãos do mundo romano se "converteram" em massa ao "cristianismo", levando consigo suas antigas crenças e costumes pagãos, dissimulando-os sob nome cristãos. Foi quando se popularizou também a idéia de "a Madona e Seu Filho", especialmente na época do Natal. Os cartões de Natal, as decorações e as cenas do presépio refletem este mesmo tema.

A verdadeira origem do Natal está na antiga Babilônia. Está envolvida na apostasia organizada que tem mantido o mundo no engano desde há muitos séculos! No Egito sempre se creu que o filho de Ísis (nome egípcio da "rainha do céu") nasceu em 25 de dezembro. Os pagãos em todo o mundo conhecido já celebravam esta data séculos antes do nascimento de Cristo.

Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a igreja primitiva jamais celebraram o natalício de Cristo. Nem nessa data nem em nenhuma outra. Não existe na Bíblia ordem nem instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe, sim, a ordem de atentarmos bem e lembrarmos sempre a Sua MORTE (1Co 11:24-26; Joã 13:14-17).

4. OUTROS COSTUMES PAGÃOS, NO NATAL: GUIRLANDA, VELAS, PAPAI NOEL

 A GUIRLANDA (coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas) que enfeita as portas de tantos lares é de origem pagã. Dela disse Frederick J. Haskins em seu livro "Answer to Questions" (Respostas a Algumas Perguntas): "[A guirlanda] remonta aos costumes pagãos de adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do [atual] Natal. A árvore de Natal vem do Egito e sua origem é anterior à era Cristã."

Também as VELAS, símbolo tradicional do Natal, são uma velha tradição pagã, pois se acendiam ao ocaso para reanimar ao deus sol, quando este se extinguia para dar lugar à  noite.

PAPAI NOEL é lenda baseada em Nicolau, bispo católico do século 5o. A Enciclopédia Britânica, 11ª edição, vol. 19, páginas 648-649, diz: "São Nicolau, o bispo de Mira, santo venerado pelos gregos e latinos em 6 de dezembro... conta-se uma lenda segundo a qual presenteava ocultamente a três filhas de um homem pobre... deu origem ao costume de dar em secreto na véspera do dia de São Nicolau (6 de dezembro), data que depois foi transferida para o dia de Natal. Daí a associação do Natal com São Nicolau..."
Os pais castigam a seus filhos por dizerem mentiras. Porém, ao chegar o Natal, eles mesmos se encarregam de contar-lhes a mentira de "Papai-Noel", dos "Reis Magos" e do "Menino Deus"! Por isso não é de se estranhar que, ao chegarem à idade adulta, também creiam que Deus é um mero mito.      -      Certo menino, sentindo-se tristemente desiludido ao conhecer a verdade acerca de Papai Noel, comentou a um amiguinho: "Sim, também vou me informar acerca do tal Jesus Cristo!"      -     É cristão ensinar às crianças mitos e mentiras? Deus disse: "... nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um  com o seu próximo;"  (Lev 19:11). Ainda que à mente humana pareça bem e justificado, Deus, porém, disse: "Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte."  (Prov 16:25).

Estudados os fatos, vemos com assombro que o costume de celebrar o Natal, em realidade, não é costume cristão mas, sim, pagão. Ele constitui um dos caminhos da Babilônia no qual o mundo tem caído!

5. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A ÁRVORE DE NATAL?

As falsas religiões sempre utilizaram a madeira, bem como as árvores, com fins de idolatria:

  "Sacrificam sobre os cumes dos montes, e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do álamo, e do olmeiro, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram."  
(Os 4:13)

  "Não plantarás nenhuma árvore junto ao altar do SENHOR teu Deus, que fizeres para ti."  (Deut 16:21)

Essas árvores ou pedaços de madeira serviam para adoração e culto doméstico. O pinheiro – símbolo natalino – possui a mesma conotação.

6. É BÍBLICA A TROCA DE PRESENTES?

Biblioteca Sacra, vol. 12, páginas 153-155: "A troca de presentes entre amigos é característico tanto do Natal como da Saturnália, e os cristãos seguramente a copiaram dos pagãos, como o demonstra com clareza o conselho de Tertuliano".
O costume de trocar presentes com amigos e parentes durante a época natalina não tem absolutamente nada a ver com o cristianismo! Ele não celebra o nascimento de Jesus Cristo nem O honra! (Suponhamos que alguma pessoa que você estima está aniversariando. Você a honraria comprando presentes para os seus próprios amigos??... Omitiria a pessoa a quem deveria honrar??... Não parece absurdo deste ponto de vista?!...)

Contudo, isto é precisamente o que as pessoas fazem em todo o mundo. Observam um dia em que Cristo não nasceu, gastando muito dinheiro em presentes para parentes e amigos. Porém, anos de experiência nos ensinam que os cristãos confessos se esquecem de dar o que deviam, a Cristo e a Sua obra, no mês de dezembro. Este é o mês em que mais sofre a obra de Deus. Aparentemente as pessoas estão tão ocupadas trocando presentes natalinos que não se lembram de Cristo nem de Sua obra. Depois, durante janeiro a fevereiro, tratam de recuperar tudo o que gastaram no Natal, de modo que muitos, no que se refere ao apoio que dão a Cristo e Sua obra, não voltam à normalidade até março.

Vejamos o que diz a Bíblia em Mateus 2:1,11 com respeito aos presentes que levaram os magos quando Jesus nasceu:

  "E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magoS vieram do oriente a Jerusalém, ... E, entrando na CASA, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, O adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-LHE dádivas: ouro, incenso e mirra."

7. POR QUE OS MAGOS LEVARAM PRESENTES A CRISTO?

Por ser o dia de seu nascimento? De maneira nenhuma! Pois eles chegaram muitas semanas ou meses depois do seu nascimento (Mt 2:16). Ao contrário do que mostram os presépios, Jesus já estava numa casa, não numa estrebaria.

Então, os magos deram presentes uns aos outros para deixar-nos exemplo a ser imitado? Não! Eles não trocaram nenhum presente com seus amigos e familiares, nem entre si mesmos, mas sim presentearam unicamente a CRISTO.

Por que? O mencionado comentário bíblico de Adan Clarke, vol. 5, pg.46, diz: "Versículo 11 ("ofereceram-lhe presentes"). No Oriente não se costuma entrar na presença de reis ou pessoas importantes com as mãos vazias. Este costume ocorre com freqüência no Velho Testamento e ainda persiste no Oriente e em algumas ilhas do Pacífico Sul."
Aí está! Os magos não estavam instituindo um novo costume cristão de troca-troca de presentes para honrar o nascimento de Jesus Cristo! Procederam de acordo com um antigo costume Oriental que consistia em levar presentes ao rei ao apresentarem-se a ele. Eles foram pessoalmente à presença do Rei dos Judeus. Portanto, levaram oferendas, da mesma maneira que a rainha de Sabá levou a Salomão, e assim como levam aqueles que hoje visitam um chefe de estado.

O costume de trocas de presentes de Natal nada tem a ver com o nascimento do Cristo de Deus, é apenas a continuação de um costume pagão.

8. UM "NATAL CORRIGIDAMENTE CRISTÃO"  PODERIA REALMENTE HONRAR A CRISTO?

Há pessoas que insistem em que, apesar das raízes do Natal estarem no paganismo, agora elas não observam o Natal para honrarem um falso deus, o deus sol, senão para honrarem a Jesus Cristo. Mas diz Deus:

  "Guarda-te, que não te enlaces seguindo-as, ...; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: 'Assim como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu.'    Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que Ele odeia, fizeram eles a seus deuses; ...".  
(Deut 12:30-31)

  "Assim diz o SENHOR: 'Não aprendais o caminho dos gentios, ...    Porque os costumes dos povos são vaidade; ...'"
 (Jr 10:2-3).
Deus disse-nos claramente que não aceitará este tipo de adoração: ainda que tenha hoje a intenção de honrá-Lo, teve origem pagã e, como tal, é abominável e honra não a Ele mas sim aos falsos deuses pagãos.

Deus não quer que O honremos "como nos orienta a nossa própria consciência":

    "Deus é Espírito; e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade".
 (Joã 4.24).

O que é a verdade? Jesus disse que a Sua palavra, a Bíblia, é a verdade (Joã 17:17).  E a Bíblia diz que Deus não aceitará o culto de pessoas que, querendo honrar a Cristo, adotem um costume pagão:

    "Mas em vão me adoram, ensinando doutrina que são preceitos dos homens."
 (Mt 15:9).

A comemoração do Natal é um mandamento (uma tradição) de homens e isto não agrada a Deus.

    "E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus"
 (Mat 15:6).
    "Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses..."  (Deut12:31)
Não podemos honrar e agradar a Deus com elementos de celebrações pagãs!

9. ESTAMOS NA BABILÔNIA, SEM O SABERMOS

Nem precisamos elaborar: quem pode deixar de ver nauseabundos comercialismo, idolatria, e contemporização, por trás do "Natal"?... E que diz Deus? Devemos "adaptar e corrigir o erro"? Ou devemos praticar "tolerância zero, separação total"?

  "Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas."
 (Ap 18:4)


 

10. AFINAL, A BÍBLIA MOSTRA QUANDO NASCEU JESUS?

Jesus Cristo nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde [mais ou menos, pois o calendário deles é lunar-solar, o nosso é solar] ao mês de setembro do nosso calendário. A festa dos Tabernáculos (ou das Cabanas) significava Deus habitando com o Seu povo. Foi instituída por Deus como memorial, para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto, dias em que o Senhor habitou no Tabernáculo no meio de Seu povo (Lev 23:39-44; Nee 8:13-18 ).

Em João 1:14 ("E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.")vemos que o Verbo (Cristo) habitou entre nós. Esta palavra no grego é skenoo = tabernáculo. Devemos ler "E o Verbo se fez carne, e TABERNACULOU entre nós, e...". A festa dos Tabernáculos cumpriu-se em Jesus Cristo, o Emanuel (Isa 7:14)  que significa "Deus conosco". Em Cristo se cumpriu não apenas a festa dos Tabernáculos, mas também a festa da Páscoa, na Sua morte  (Mat. 26:2; 1Cor 5:7), e a festa do Pentecostes, quando Cristo imergiu dentro do Espírito Santo a todos os que haveriam de ser salvos na dispensação da igreja (Atos 2:1).

Vejamos nas Escrituras alguns detalhes que nos ajudarão a situar cronologicamente o nascimento de Jesus:
·        Os levitas eram divididos em 24 turnos e cada turno ministrava por 1/24 = 15 dias, 2 vezes ao ano. Os números estão arredondados, pois 24 turnos x 15 dias = 360 dias =/= 365,2422 dias = 1 ano. Durante os sábados especiais, todos os turnos ministravam juntamente; 1Cr 24:1-19.
·        O oitavo turno pertencia a Abias (1Cr 24:10).
·        O primeiro turno iniciava-se com o primeiro mês do ano judaico – mês de Abibe. Êxo 12:1-2; 13:4; Deut 16:1; Ex 13:4.
·        Usualmente havia 12 meses, alguns deles com 29 dias, outros com 30 dias, totalizando apenas 12 x 29,5 = 354 dias, ficando faltando 11,2422 dias para o ano solar. A cada 3 ou anos a distorção entre este calendário e o solar era corrigida através da introdução do mês de Adar II.
Temos a seguinte correspondência:
Mês (número)
Mês (nome, em Hebraico)
Turnos
Referências
1
Abibe ou Nissan
= março / abril
1 e 2
Êxo 13:4 Ester 3:7
2
Zive = abril / maio
3 e 4
1Re 6:13
3
Sivan = maio / junho
5 e 6
Est 8:9
4
Tamuz = junho / julho
7 e 8 (Abias)
Jer 39:2; Zac 8:19
5
Abe = julho / agosto
9 e 10
Núm 33:38
6
Elul: agosto / setembro
11 e 12
Nee 6:15
7
Etenim ou Tisri
= setembro / outubro
13 e 14
1Rs 8:2
8
Bul ou Cheshvan
= outubro / novembro
15 e 16
1Rs 6:38
9
Kisleu
= novembro / dezembro
17 e 18
Esd 10:9; Zac 7:
10
Tebete = dezembro / janeiro
19 e 20
Est 2:16
11
Sebate = janeiro / fevereiro
21 e 22
Zac 1:7
12
Adar = fevereiro / março
23 e 24
Est 3:7
                                                                 
Zacarias, pai de João Batista, era sacerdote e ministrava no templo durante o "turno de Abias" (Tamuz, i.é, junho / julho) (Luc 1:5,8,9).
Terminado o seu turno voltou para casa e (conforme a promessa que Deus lhe fez) sua esposa Isabel, que era estéril, concebeu João Batista (Luc 1:23-24) no final do mês Tamus (junho / julho) ou início do mês Abe (julho / agosto).
Jesus foi concebido 6 meses depois (Luc 1:24-38), no fim de Tebete (dezembro / janeiro) ou início de Sebate (janeiro / fevereiro).
Nove meses depois, no final de Etenim (que cai em setembro e/ou outubro), mês em que os judeus comemoravam a Festa dos Tabernáculos, Deus veio habitar, veio tabernacular conosco. Nasceu Jesus, o Emanuel ("Deus conosco").

segunda-feira, 18 de julho de 2011

I Coríntios 05


Corinto era o centro comercial da Grécia. Era um lugar em que se praticavam muitas religiões, a maioria das quais bastante sensuais. Mais de um milhar de prostitutas sagradas serviam no Templo de Afrodite. Este facto deve ter contribuído bastante para a reputação imoral da cidade.

À Igreja localizada nesta cidade, Paulo escreveu a Carta que vamos estudar, mais ou menos no ano 54 D.C., na cidade de Éfeso. Uma outra carta ele já havia escrito, mas perdera-se (5:9). A razão que o levou a escrever esta Carta foi dar resposta a um número de questões postas pelos coríntios numa carta que lhe tinham escrito anteriormente (7:1). É uma carta muito prática. O autor contesta perguntas feitas pelos irmãos, resolve problemas da Igreja, e dá uma sã doutrina para sua consideração.

O prático desta epístola é a sua importância para os dias de hoje, sendo de grande valor para as nossas Igrejas, como passaremos a apresentar.

O propósito deste Estudo é recordarmos que desde o Antigo Testamento a unidade entre os crentes se apresenta como o desejo de Deus para o seu povo.  Canta o salmista: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Salmo 133:1). 





A DISCIPLINA DA IGREJA
5:1-13

A Igreja é um organismo espiritual, em que Jesus é o seu Líder. O inimigo quer entrar nela através de algum membro da Igreja que lhe facilita uma entrada, abrindo o seu coração. Deus providenciou a disciplina para livrar a Igreja das tristes consequências do ataque do inimigo.

Paulo dá três razões porque se deve disciplinar a pessoa culpada

1. Para o bem-estar do irmão culpado (5:1-5)
Na Igreja de Corinto havia imoralidade. Um grupo de crentes imaturos e carnais motivou uma série de medidas disciplinares por parte de Paulo. Havia o caso de um membro que vivia com  a  esposa de seu pai (madrasta ?). Os membros não queriam tratar o problema em geral nem o culpado em particular.

A fornicação (relações sexuais entre pessoas não casadas) era vergonhosa  e  estava  destruindo o testemunho da Igreja.

É claro que toda a congregação tinha conhecimento daquele pecado, mas ninguém tinha coragem para enfrentar o problema. Paulo preocupava-se com o pecado em si, mas a atitude da Igreja causava-lhe ainda maior apreensão. Em vez de se sentirem amargurados pelo caso, demonstravam arrogância.

Além disso, não tinham consciência do que tal acto poderia acarretar para a Igreja. A não tomada de qualquer medida disciplinar mostrava conivência com aquele pecado. Deste modo todos os crentes participavam deste pecado.

Quando um crente, seduzido pelo inimigo, desliza e cai em pecado, fica como se estivesse anestesiado. Uma atitude amorosa mas firme da parte da Igreja, vai servir-lhe para um verdadeiro despertamento. Ele sente que o pecado não apenas o separou de Deus, mas também do povo de Deus.

Foi isso que sucedeu na Igreja de Corinto. A disciplina aplicada levou-o a despertar e a ser tomado de uma profunda tristeza (II Coríntios 2:6-8), que o levou a um pleno restabelecimento (II Coríntios 2:10)

O quadro apresentado por Paulo não é o de um polícia prendendo um malandro. Paulo quer tratá-lo como a um filho (4:14-15):
a) O primeiro propósito era para ajudar a pessoa em vez de defender o testemunho da Igreja ou o nome de Cristo.

b) A “jactância”  dos  coríntios  demonstrava  a  falta  de amor verdadeiro para com o fornicador.
c) A disciplina deve ser dada pela Igreja inteira, não por alguns líderes (5:4). A situação era conhecida pela comunidade. Se a pessoa não queria arrepender-se, então devia retirar-se da comunhão da Igreja (5:5). O propósito não era deitar fora um membro mas levá-lo ao arrependimento.

2. Para o bem-estar da Igreja (5:6-8)
O pecado é um mal terrível, e que engana (Hebreus 3:13). Quando um membro cai em pecado, o Diabo logo o apresenta aos outros membros como um exemplo de que tal pecado não é mais algo tão sério e, assim como aquele membro fez, os outros também o podem fazer. O mau exemplo do faltoso começa a atrair a outros que são fracos. “Um pouco de fermento faz levedar toda a massa” (5:6).

Se nenhuma medida disciplinar for tomada na Igreja, isto será tido como um sinal de tolerância da parte da mesma diante do pecado cometido. O mau exemplo começa a tornar-se padrão e a diferença entre um crente e o mundo começa a desaparecer.

Quando, porém, a disciplina contra o pecado for aplicada na Igreja, o Senhor começará então a dominar os crentes. A disciplina mostra aos crentes que “os pecadores não subsistirão na congregação dos justos” (Salmo 1:5).

Quando o pecado domina, Deus retira-se e a Sua glória desaparece (I Samuel 4:21-22). Quando o fermento é tirado, então a Igreja pode outra vez fazer festa ( 5:8 ). Perante tal situação na Igreja de Corinto, Paulo  pergunta se não sabiam que a tolerância de tal pecado acabaria por ter uma influência negativa na congregação.

Vejamos
a) A Igreja se orgulhava de sua liberalidade (5:6). Os coríntios auto-iludiam-se ao anunciar o bom estado em que se encontrava a Igreja.

b) O mal geraria no mal, e tal como o fermento, a influência daquele acto ímpio terminaria por contaminar a comunhão entre todos.

c) A Igreja deveria limpar-se do pecado e tornar-se naquilo para que fora criada, tornando-se imperioso o afastamento daquele homem da comunhão da Igreja (5:7-8).

3. Para o bem-estar no mundo (5:9-13)
Não era a primeira vez que Paulo escrevia à Igreja de Corinto, instruindo-a no tocante às relações com cristãos imorais. Já anteriormente o tinha feito. Agora, ele reafirma o que havia dito, mas com mais ênfase.

a) Afirma que o pecado na Igreja é pior que no mundo (5:9-10).
b) Paulo declara que a Igreja não pode pregar uma mensagem de salvação ao mundo se vive como a maioria do mundo (5:11-13).

É impossível não ter algum contacto com pessoas ímpias no mundo dos negócios cotidianos da vida (5:10). Paulo afirma,  todavia, que não é correcto manter comunhão com um crente que esteja sob disciplina (5:11).

De que maneira deve ser aplicada a disciplina na Igreja?

Existem dois extremos na maneira de pôr em prática a doutrina sobre a disciplina

1. Um extremo é o relaxamento
Isto é, os responsáveis não levam nada a sério. Tudo é tolerado.

As causas do relaxamento podem ser várias. Alguns têm medo de ser censurados, outros têm receio de perder o seu prestígio ou a consideração de parentes ou de familiares do faltoso, etc..

2. O outro extremo é um radicalismo exagerado
Crentes são eliminados da Igreja quase por qualquer motivo. Quem não estiver de acordo com o responsável, é excluído.

Existem até exclusões em massa, com o pretexto de “fazer limpeza na Igreja”. Porém, cada um lembre-se que chegará o dia em que o responsável terá que prestar contas de cada membro da Igreja que lhe foi confiado (Hebreus 13:17). Jesus disse: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu senão  o filho da perdição” (João 17:12). Que Deus nos guarde a todos. Que ninguém fique de fora do céu por ter sido vítima da dureza excessiva da nossa parte.

A maneira correcta de aplicar a disciplina é fazê-la para ganhar o faltoso (Mateus 18:15). “Ganhaste a teu irmão” (Tiago 5:20). Devemos fazer tudo para encaminhar aquele que foi desencaminhado (Gálatas 6:1). Tudo deve ser feito com amor e mansidão (II Timóteo 2:24-26). A Bíblia fala que devemos buscar a ovelha perdida, tornar a trazer a desgarrada, ligar a quebrada e fortalecer a enferma (Ezequiel 34:16).

A aplicação da disciplina pode ser em forma de advertência pessoal  (Mateus 18:15), visitação acompanhada (I Coríntios 4:19-21; Mateus 18:15-17), advertência pública (I Timóteo 5:20), comunicação escrita (II Coríntios 7:8-10, exortação pessoal (Gálatas 6:1), suspensão (II Tessalonicenses 3:14-15; Tito 3:10), exclusão do rol de membros (Mateus 18:17). Neste caso, o acto de exclusão da Igreja é apenas uma expressão visível daquilo que o Senhor da Igreja já fez.

Quando, porém, o faltoso não se arrepende, ou a falta for de tal natureza, que haja causado escândalo, então aplique-se a forma de disciplina que o Senhor ordenou, deixando o faltoso fora da comunhão (5:11, 13). É realmente coisa muito séria separar uma pessoa da comunhão.

Lá fora está o Diabo. É por isso que a Bíblia fala de entregar o pecador a Satanás (5:5), porque é ele que anda lá fora, procurando a quem possa tragar ( I Pedro 5:8 ).

Quando a disciplina é executada com a amor e bons conselhos, o faltoso sente que na hora de maior angústia da sua vida, não lhe faltou a ajuda da parte do seu pastor nem de seus irmãos na fé. Ele concorda com a disciplina porque verá que ela é aplicada em obediência à Palavra de Deus, mas sente-se tocado pelo amor que encontrou em hora tão amarga.

O crente chora de arrependimento e pede ao Senhor graça para poder voltar para Ele e para a Igreja. Assim, a principal finalidade da disciplina é alcançada: a recuperação do faltoso. A obra do Diabo foi desfeita ( I João 3:8 ).

Algumas das infracções registadas na Bíblia são
a) Abandono da Igreja (Hebreus 10:25).
b) Escândalo, mau testemunho, vida  desordenada (II Tessalonicenses 3:6-14).
c) Divisões na Igreja (Romanos 16:17-18; Tito 3:10).
d) Imoralidade, como fornicação, etc. (I Coríntios 5:1, 3, 9, 11, 13).
e) Heresias, adoptá-las e ensiná-las (Tito 3:10-11).
f) Elemento perturbador da unidade da fé (Gálatas 5:10).
g) Doutrinas falsas,  corrupção da doutrina, inovações (II João 10-11; II Timóteo 2:16-18).
h) Casamento  com  descrentes (II Coríntios 6:14-18; Deuteronómio 7:3; Esdras 9:12).
i) Blasfêmia (I Timóteo 1:20).

IGREJA DE PÉRGAMO APOCALIPSE 2:12-17



A Cidade de Pérgamo
A terceira carta é dirigida à Igreja de Pérgamo, agora chamada Bergama, cuja cidade ficava situada a cerca de 65 Km a nordeste de Esmirna, e a 26 Km do mar Egeu, naquilo que é hoje a Turquia. Não estava situada junto a grandes vias, como Éfeso e Esmirna, porém era a maior das cidades asiáticas nos tempos do Novo Testamento. 

Com a ajuda dos romanos, ganhou independência em 190 a.C. e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C.. Começou a destacar-se depois da morte  de Alexandre, o Grande (333 a.C.), quando Átalo III, o último rei de Pérgamo, passou o reino a Roma em testamento, tornando-se esta a partir de então a capital da província da Ásia durante mais de 200 anos. 

A Religião em Pérgamo
Pérgamo era um dos centros religiosos mais importantes do mundo antigo. Aqui se prestava culto a muitos deuses cujos templos se erguiam sumptuosos no ponto mais alto da cidade, numa Acrópole de cerca de 250 metros de altura:

a) A Zéus (salvador do mundo), cujo altar tinha 14 metros de altura; a Jupiter, cujo trono tinha a forma de um trono; a Baco (deus do vinho); e a Hera (mulher de Zéus, deusa do casamento).

b) Em 29 a.C. foi construído ali um templo ao “Divino Imperador Augusto e à deusa Roma”, mostrando assim a sua lealdade a Roma. Mais tarde, foram construídos outros templos em honra dos imperadores Trajano e Severo.

c) Havia um templo dedicado a César, onde, uma vez por ano, era obrigado a queimar-se em seu altar um pouco de incenso e dizer: “César é o Senhor”. Era um acto de lealdade política.
d) Ali se encontrava também o templo a Esculápio, o deus da medicina (cujo emblema era uma serpente dourada, actual símbolo da medicina), magnificamente construído e cujas ruínas permanecem até hoje.

Pérgamo era devota à cultura. Sua famosa  biblioteca, que continha mais de 200.000 famosos volumes, apenas era inferior à de Alexandria, no Egito. No ano 133 a.C. António doou-a à sua amante Cleópatra, rainha do Egito, que a transportou para Alexandria e ali foi destruída por ordem do Califa Omar, em 640 d.C..

Ficou também conhecida por causa do tratamento do couro dos animais usados na fabricação de livros. Teve seu nome perpectuado na expressão “pergaminhos”, que são os rolos de couro curtido especialmente para escrita.

A Igreja em Pérgamo
O Evangelho chegou a Pérgamo, provavelmente, quando Paulo, de Éfeso, evangelizava a Ásia Menor (Actos 19:1), em sua terceira viagem missionária.

Pérgamo era uma cidade de grande imoralidade (14), maior que qualquer outra cidade de então. Esta verdade é indicada pela declaração de Cristo à Igreja desta cidade, o qual estava colocada num lugar aonde se encontrava “o trono de Satanás”.

Esta Igreja era uma Igreja fiel ao nome de Cristo, até ao ponto de martírio (13). Para os cristãos era difícil viver neste lugar. Como poderiam eles chamar “salvador” ao deus Esculápio, quando havia só “Um Salvador”, ou prestar-lhe culto? Como poderiam os cristãos queimar incenso a César e dizer “César é o Senhor”, quando havia “somente um Senhor, Jesus Cristo”?

Para não sofrer pressões a Igreja cedeu, permitindo a influência pagã dentro da comunidade. Constantino, em 310 d.C., tornou o Cristianismo a religião do Estado, originando uma espiritualidade decrescente e um crescimento mundano. Foi nesta época que se conheceu pela primeira vez o “baptismo infantil”.

Credenciais de Jesus
"Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes" (2:12).

Esta Igreja estava dando guarida ao erro. Homens de mente corrupta infestavam a obra de Deus e Cristo resolveu pelejar contra eles com a palavra da sua boca. Jesus se identifica como "aquele que tem a Espada Aguda de Dois Fios".

Temos aqui um duplo simbolismo:
a) Pode significar o poder de Cristo para proteger os seus, mesmo no meio da perseguição e onde os mártires estivessem caindo;

b) Pode simbolizar o poder do julgamento bem executado. A Igreja estava dando guarida ao erro e Cristo vem com a "Espada de Dois Gumes", que sai da sua boca, para julgar e condenar os falsos doutores.

A "Espada de Dois Gumes", é a própria Palavra de Deus. João estava expressando com esta verdade o contraste entre o governo romano, que governava pelo poder da espada, e o facto de Cristo realmente ter o poder da soberania.

João estava estabelecendo o contraste de um tipo de espada e outro:
a) "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hebreus 4:12). A Palavra de Deus não somente é "viva", mas é também poderosa para agir no interior do homem. A palavra "eficaz" significa: "atividade", "força", "vigor", "poder de realização".

b) O apóstolo Paulo, descrevendo a armadura do soldado cristão, refere-se à "…a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" (Efésios 6:17). Trata-se de uma poderosa arma que se projecta sobre os corações, que “penetra até à divisão da alma e do espírito” (Apocalipse 19:21) e que “serve para penetrar, dividir, desnudar, inspirar, ensinar, buscar, converter, salvar e santificar”… (II Timóteo 3:15-16).

É através de sua Palavra, que Deus julga seu povo e os inimigos de seu povo: "Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?" (I Pedro 4:17).

O “duplo gume” significa a autoridade em todas as direcções (Mateus 28:18). A Igreja, nas condições em que estava, precisava mesmo  dessa espada para a disciplina. É arma de dois fios, para a ofensiva e para a defensiva, para aniquilar o pecado e destruir os pecadores, para ferir os que querem evitá-la passando pela direita e para golpear os que experimentem desviar-se pela esquerda.

Elogio (2:13)
"Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita".

“Eu sei as tuas obras…” O Senhor sabia quão difícil era para os fiéis cristãos de Pérgamo permanecerem no Senhor, no meio de tanta idolatria. Ele tem um profundo conhecimento das Suas Igrejas por que anda no meio delas.

Ele conhece as obras do Seu povo (como diz à Igreja de Éfeso), conhece as tribulações do seu povo (como diz a Esmirna) e conhece o lugar onde Seu povo habita (como diz agora a Pérgamo). “E onde habitas…”. Os crentes habitavam na cidade onde estava o "Trono de Satanás". No ano 70 d.C., foi erigido  na  cidade  um  altar  de  adoração de Augusto. A cidade fora conservada  como  centro da religião estatal, e por isso se diz que ali estava localizado o "Trono de Satanás".

Outras variações a respeito do que seria este "Trono de Satanás": 
a) Poderia ser a colina por detrás da cidade, na qual estavam os três templos dos imperadores romanos: Augusto (29 a.C.), Trajano e Severo;

b) Outros acham que é uma referência ao altar dedicado a Zéus, erigido sobre uma base a 240 metros acima do nível da cidade;

c) Poderia ser a adoração a Esculápio, o “deus da cura”, cujo símbolo era a serpente,

d) Ou a própria cidade, em razão do misticismo e demonismo de todos os cultos pagãos.
“Reténs o meu nome…”. Embora a Igreja estivesse localizada num local cercado de tantos deuses pagãos, os crentes são elogiados por não se desviarem do seu Senhor.

Eles tinham guardado o “nome de Cristo” e por Ele se bateram, renegando o nome de César. Confessavam que "Cristo é o Senhor", e não "César é o Senhor", que era a grande "SENHA" daquela época.

É possível que Antipas, mencionado neste versículo, tenha sido um líder de grande influência na igreja, no primeiro século e que, por sua fidelidade a Jesus, foi colocado vivo dentro de um boi de bronze, onde havia água, e aquecido numa fogueira. Morreu, cantando e louvando a Deus, enquanto vivo (10). Mesmo com a morte batendo às portas, a igreja estava mantendo sua fidelidade.

Ser crente fiel, quando tudo está bem ao nosso redor, é muito fácil. Mas, não era isto que acontecia àqueles irmãos. "Reter" o nome de Cristo, significava ser perseguido, e até morto. Pedro fala das provações que podemos sofrer por amor a Cristo, (I Pedro 4:12-16).

QUEIXA
(2:14-15)

“Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas".

A aprovação dá lugar à advertência. Pérgamo é julgada com certa dureza, porque tolerava a existência de falsas doutrinas no seu seio. A salvação pelas obras tornara-se uma “doutrina dentro da igreja” (15), o que contrariava a “doutrina bíblica”, pois era uma heresia ( Colossenses 2:4, 8 ). Enquanto que em Éfeso não eram tolerados homens maus (2:5), em Pérgamo, os homens maus tinham assumido posições de liderança na Igreja, os não hesitando em introduzir práticas pagãs no seu seio.

A principal heresia, era a “doutrina de Balão”. Por não poder “amaldiçoar” o povo de Israel, Balaão tentou destruí-lo levando seus homens a manterem relações sexuais com as mulheres moabitas, manchando a sua santidade (Números 25:1-3).

Favorecia o incesto (união ilícita entre parentes próximos) e o jugo desigual (Números 25; II Coríntios 6:15-18). Nos capítulos 22 a 25 e 31:6 de Números, descobriremos seu modo subtil de colocar as ideias. O “quem sabe…” ou o “talvez…” continuam a ser actuais.

O Senhor censurou o Pastor daquela Igreja por sua tolerância diante de tal heresia. Ele (anjo) fora ali colocado à frente do rebanho não só para presidir, mas também para admoestar (I Tessalonicenses 5:12). Ele devia ter zelado pelo cumprimento da sã doutrina e aplicado a disciplina, se os faltosos não tomassem uma atitude de acordo com a Palavra de Deus (Mateus 18:18; II Tessalonicenses 3:14).

A outra heresia era respeitante aos ensinos dos “nicolaítas” (15), para que os cristãos vivesse imoralmente, para poderem viver com os romanos e não serem perseguidos. Eles consideravam natural, e portanto inofensivo e lícito, o comer coisas sacrificadas aos ídolos e a fornicação por ser o sexo uma coisa criada pelo próprio Deus e, portanto, inteiramente despido de maldade (Génesis 2:18); I Coríntios 10:19-21; Actos 15:23-29). 

O fundador da seita fora Nicolau, um dos sete diáconos (?) de Jerusalém (Actos 6:5), que se desviou e começou a ensinar que os actos dos homens não os afastavam de Deus. Era o “não faz mal…” ( Malaquias 1:8 ) ou “os outros também fazem assim…” dos nossos dias.

AVISO (2:16-17a)
“Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas…”
Jesus mostra, então, o caminho da vitória sobre o erro: “Arrepende-te” (16).

Arrependimento significa nova tomada de posição diante dos erros cometidos, pedir perdão e evitar tornar a cometê-los, ou seja, conversão, mediante o poder transformador do Espírito Santo. Quando não há arrependimento por parte de seus filhos, Deus utiliza o julgamento, cuja intensidade, tende a aumentar, caso o errado não mude de atitude, ficando na sua intransigência (Hebreus 12:4-11).

O aviso é solene: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (17). Quando o Senhor adverte e exorta, mostrando o mal, sempre convida ao arrependimento. Toda a Igreja é chamada ao arrependimento de um pecado pelo qual só alguns eram culpados.

A PROMESSA (2:17b)

Nesta carta, os crentes de Pérgamo são elogiados por sua lealdade a Cristo. A promessa, feita aos vencedores, aos que se opõem às falsas doutrinas e permanecem fiéis a Cristo, é tripla:

a) "Ao que vencer darei a comer do maná escondido". Assim como Deus acudira às necessidades físicas de seu povo no deserto (Êxodo 16:11-15), quando saíram da escravidão do Egito, assim também Deus nos atenderá em tudo. Ele concederá aos vencedores o "maná escondido", um tipo de sustento espiritual, que o mundo  não  pode  ver  e  nem  conhecer:  Jesus é o "Pão da Vida" (João 6:35, 48-51, 57-58). 

b) E dar-lhe-ei uma pedra branca…". Que significa isto? Pérgamo era uma cidade que se ocupava da extracção de pedras preciosas,  brancas,  comercializando--as. Uma pedra branca, trazendo um nome escrito nela, tinha vários sentidos:

Era dada esta pedra, a um homem que sofrera um processo na justiça e fora absorvido. Levava a pedra como prova de sua inocência. O condenado, uma pedra preta.

Conferia-se esta pedra ao escravo liberto, e que agora se tornava cidadão da província. A pedra era levada para comprovar sua cidadania;

Era também conferida aos vencedores das corridas, ou lutas, como prova da vitória sobre seu adversário;

Era conferida ao guerreiro, quando voltava da batalha e da vitória sobre seus inimigos.
- Sugere, também, amizade. A pedra era quebrada e cada um dos amigos retinha a sua metade com o nome do outro, como prova de união permanente. A palavra branco é uma característica do Apocalipse. Assim, encontramos “vestes brancas” (3:5), “túnicas brancas” (7:9), “linho branco (19:8, 14) e o grande “trono branco de Deus” (20:21).

c)  “…e na pedra um novo nome escrito”. Se outrora, o israelita tinha o nome de sua tribo gravado nas pedras do peitoral levado pelo Sumo-Sacerdote ao entrar no Lugar Santíssimo, o vencedor, em Pérgamo, tem alguma coisa mais: “seu nome escrito nos céus”, como disse Jesus (Lucas 10:20).  

Se na terra os homens são galardoados quando conseguem feitos importantes, nós, como filhos de Deus, somos coroados por Deus, quando vencemos em Nome de Cristo.